RAMOZINHO DO AMOR
Ramozinho do amor: o banguê na rua e no rio Por: Arodinei Gaia* É dia 6 de janeiro. A maré anuncia a chegada dos foliões de reis. A alegria, a folia, os versos satíricos e o ritmo inconfundível, desce o rio, os músicos encostam na ponte, sobem a escada e pedem permissão de entrada, por meio do canto em homenagem aos reis que foram adorar o menino recém-nascido. Os rios da Amazônia, as ruas dos vilarejos e as estradas das colônias são presenteados no final de ano e no dia de reis com inúmeros grupos chamados carinhosamente de “Tirador de Reis” e Tirador de ano”. São os grupos formados pelo caboclo interiorano que trazem entranhados em sua epiderme o dom de produzir sons, cantarolar e extrair musicalidade de instrumentos “exóticos” produzidos pelas suas próprias mãos. Com a mesma habilidade criam versos que se metamorfoseiam em lindas músicas, que nos fazem lembrar de tempos idos da nostálgica vida simples do interior. Essas mãos são as mesmas mãos cal