O CORDEL E OS CORDELISTAS NO SÉCULO XXI Por: Arodinei Gaia* A literatura de Cordel, é uma das artes que melhor representa a cultura artística brasileira, pois apesar de seu embrião europeu, ela possui a cara e o corpo do poeta canarinho. Por muitos, é conhecida como poesia popular e nas Universidades, muitos a veem como uma manifestação literária do mais refinado gosto. Romance, anedota, noticiário, causos populares, regionalismo, fábula, lenda, estórias e histórias das mais variadas temáticas são contadas no Cordel. De simples livreto, ou poesia popular, o cordel passa a ser visto como uma obra difícil de ser produzida, pois obedece um padrão rigoroso e bem definido que envolve rima, métrica e oração, portanto, não se resume a um simples versejar. O poeta cordelista é aquele com habilidade, suficiente, de desenvolver uma narrativa que contemple, ao mesmo tempo, um bom roteiro com a riqueza poética, a beleza rítmica da rima e o rigor da métrica.
Poeta Cametaense inaugura empreendimento literário em Belém
A literatura de Cordel foi agraciada com um novo espaço de fertilização da arte das palavras rimadas.
Trata-se da inauguração do - Quiosque do Cordel -, um empreendimento arquitetado pelo poeta Cametaense Francisco Mendes, que há tempo vem defendendo a criação de um ambiente onde o leitor possa encontrar todo acervo disponível no mercado nesse gênero literário "Cordel", e também um ambiente que possa reunir as obras, os leitores e os escritores. Bem como o acervo de renomadas editoras como a Luzeiro, a Nordestina e a Isvá, especialistas na publicação de Cordel.
A inauguração aconteceu no domingo 26 de janeiro de 2020, com a presença de vários ícones da arte paraense, como poetas, escritores, músicos, humoristas, cantores e apreciadores da arte Cordelista.
Estiveram presentes membros da Academia Paraense se Cordelistas como Juraci Siqueira, Ducarmo Souza, João de Castro, Bira e Arodinei Gaia.
Também estiveram Alfred Moraes, João Furtado o cantor Elias Mocbel, e os compositores Sérgio Leite e Paulinho Mururé, entre outros.
A inauguração ocorreu através de um sarau com participação de todos esses artistas que se apresentaram no palco do Quiosque. Foi num misto que envolveu música, declamação de poesia, declamação de cordel e contação de anedotas.
Agora o espaço estará aberto ao público de segunda a sexta e aos finais de semana será programado saraus literários. Também conta com música de qualidade em vinil e cervejinha gelada com moderação. Os poetas Francisco Mendes e AroDinei Gaia há tempo vem movimentando a arte da poesia cordelista na região.